sábado, 13 de dezembro de 2008

Insana

Eu não estou aqui para ser interpretada ou compreendida,
mas para ser sentida e apreciada
como uma brisa leve
ou uma obra de arte.

Anos aprisionada à tradições impostas
enfim ouso a ouvir minha própria voz
estremecida, rouca talvez, mas advinda
dos meus próprios pulmões.

Minhas asas como as de Ícaro são de cera
derretem ao calor do sol,
fazendo sempre que o final do meu vôo
seja a inevitável e implacável queda.

Não quero nada eterno
já quis confesso que quis
mas agora quero o verdadeiro
mesmo que esse dure apenas um instante.

Sempre sujeitei-me
basta!
Quero minha vida de volta
nem que seja para perdê-la novamente
na próxima esquina.

Confesso também que
estou perdendo a razão
se é que já a tive um dia
hoje meus pés não tocam ao chão.

Meus pensamentos voam sem destino
meu coração dói como uma queimadura
minha mente transborda ao mesmo tempo que esvazia
minha pele transpira e congela
meus olhos se fecham para que eu possa te ver.

Jussara Alves

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